Peixe-Leão

Sobre:

Nome Científico: Pterois Miles

Normalmente o peixe-leão habita recifes de coral e afloramentos rochosos, tendo sido já observado próximo ao fundo (areia), nos manguezais, e, em florestas de algas marinhas e até mesmo em canais. Fica mais exposto durante o amanhecer e o entardecer.

Como o peixe-leão não é nativo das águas do Atlântico, eles têm poucos predadores. São carnívoros, predadores eficientes de peixes, crustáceos e moluscos, muitos de interesse comercial para a pesca (como o pargo e a garoupa, incluindo filhotes de importantes espécies de peixes comerciais) ou que desempenham serviços ecológicos importantes nos recifes, como os peixes herbívoros.
Um outro agravante, é que o peixe-leão apresenta um conjunto de características que o permite tolerar as condições extremas de baixa salinidade, turbidez, variação no pH e diferentes itens alimentares presentes nos locais que abrangem a pluma dos rios.
O peixe-leão é um exemplo de invasão por apresentar tais características que facilitam sua dispersão: podem ocorrer em uma ampla faixa de profundidade, indo da superfície até 300 metros, toleram águas turvas, de pH e temperatura variada, apresentam boa capacidade natatória, longo período larval e por serem predadores generalistas, podendo se alimentar de uma grande diversidade de organismos presentes no ambiente.

O grupo do peixe-leão e o veneno: faz parte da mesma família do peixe-pedra e do peixe-escorpião, ambos os “parentes” são espécies mais venenosas, sendo que a primeira é a única espécie de peixe conhecida por matar um humano por envenenamento.
No caso do peixe-leão, este possui espinhos especializados, semelhantes a uma agulha de injeção, que inoculam um veneno doloroso. A substância é classificada entre os dermato necróticos, que são capazes de causar a necrose na região em que foi inoculada, embora isso não ocorra em todos os casos. Os sintomas sempre presentes é vermelhidão, inchaço e “uma dor lancinante.

 

Ordem: Scorpaeniformes
Classe: Actinopterygii
Família: Scorpaenidae

  • Estado de Preservação: pouco preocupante

Invasão e como combater:

Invasão no Atlântico

Peixe-leão é o nome vulgar designado para espécies de peixes do gênero Pterois duas espécies Pterois volitans e Pterois miles as mais observadas. É um peixe nativo do Indo-Pacífico, mas desde o início do século XX tem sido avistado e se estabelecendo ao longo da costa sudeste dos EUA, do Caribe, em partes do Golfo do México e recentemente, nas águas do Atlântico Sul.
Por ter se mostrado altamente impactante para a fauna e ecossistemas recifais do Atlântico, é classificado como espécie-invasora, sendo necessário o monitoramento de sua expansão territorial ao longo dos anos.
Embora a causa exata da ocorrência da espécie seja desconhecida, é provável que os humanos tenham ajudado, provavelmente pelo despejo dos peixes-leão de aquários domésticos no Oceano Atlântico. O primeiro indivíduo avistado no Atlântico se deu na Flórida em 1985, e foi se estabelecendo na costa leste dos Estados Unidos, chegando nas Bahamas em 2004 e em todo litoral do Caribe e Golfo do México até o ano de 2010.

Até o momento, quatro indivíduos foram observados em águas brasileiras: dois indivíduos em Arraial do Cabo (RJ), litoral sudeste (2014 e 2015), um próximo à pluma do Rio Amazonas, no estado do Amapá (2020).

Em Fernando de Noronha – arquipélago oceânico brasileiro – o Projeto de Manejo do peixe-leão (Pterois sp.) tem apresentado resultados positivos desde sua implementação em 2021: é o que aponta o relatório parcial do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Noronha sobre as estratégias adotadas até o momento. Desde o primeiro avistamento da espécie nas águas do arquipélago, foram capturados 92 peixes até dezembro de 2022 e oito em janeiro de 2023, em 27 pontos de mergulho (https://www.parnanoronha.com.br/).

Quanto aos outros estados, a reportagem do Jornal da UNESP de 11/04/2023 (https://jornal.unesp.br/2023/04/11/avanco-do-peixe-leao-no-litoral-brasileiro-preocupa-pesquisadores/) – indica mais de 300 indivíduos de 2020 até os dias atuais.

 O biólogo, mergulhador e professor da UPE Múcio Benja , e que realiza pesquisa sobre a espécie, criou há uns dias atrás o protótipo da armadilha para captura, inspirado em coletores que já existem em outros países.

Infelizmente, muitos pesquisadores renomados concluíram que as populações invasoras de peixe-leão continuarão a crescer e não podem ser eliminadas usando métodos convencionais. São necessários esforços integrados, uma vez que após estabelecidos são quase impossíveis de erradicar posteriormente.

Medidas mitigatórias para desacelerar a invasão: 
Existem algumas técnicas descritas e estratégias utilizadas salvaguardando o mergulhador/pescador. Mas pelo fato do peixe-leão ter certa fidelidade ao local, a marcação do local e tempo de busca são determinantes para minimizar o tempo de procura dos indivíduos. Pelo baixo número de indivíduos identificados no Estado até o momento, os métodos mais indicados são monitoramento focado no peixe-leão e coleta física (redes e arpão).
Alguns especialistas estão estudando cuidadosamente esses invasores para entender melhor seu papel e a ameaça potencial aos ecossistemas do Oceano Atlântico. Nesse sentido, é necessário que os animais que orem caçados, sejam enviados para as instituições credenciadas para pesquisa em relação ao estado de maturação, DNA, conteúdo estomacal, etc.

Caso encontre um peixe-leão: 
Caso encontre um exemplar de peixe-leão em nossas praias, comunique imediatamente a Sudema através do (83) 92000-7927 ou por meio de nosso formulário eletrônico Clique aqui

Campanha contra:

A chegada na Paraíba:

02/04/2023 – Capturado por um Pescador em Jacumâ. o Animal foi descartado

02/04/202/04/2023 – Capturado por um Pescador em Jacumâ. o Animal foi descartado02/04/2023 – Capturado por um Pescador em Jacumâ. o Animal foi descartado023. Naufrágio Alvarenga (João Pessoa) – avistado por Gabriel (mergulhador) e capturado por Ivan (Clube do Mergulho), O exemplar foi para a UFPB com a Profa. Denise (Prodema) que estava no mergulho.

06/04/2023. Peixe-leão capturado por um pescador em Acaú (Pitimbu), sendo informado pela Sec. Rafaela. O exemplar foi entregue a Girlane (PCR). 

13/05/2023. Peixe-leão capturado próximo ao recife do Seixas.
O Bruno e Geraldo (pescadores do Seixas) capturaram com rede o peixe-leão. O peixe foi entregue ao Sr. Emmanuel, do Aquario Paraiba, para exposição com fins educativos.

05/06/2023. Peixe-leão capturado no recife costeiro da Penha pelo pescador Tiago.

 

 

06/05/2023. Peixe-leão capturado a 3 km dos recifes costeiros de Jacarape pelo pescador da Associação e entregue a equipe do InPact.

 

07/12/23. Poitas de barcos em Fernando de Noronha com casos frequentes do peixe leão. 

 

 Embora os registros do Sisfaumar sejam voltados a fauna da costa  paraibana, gostariamos de ressaltar a importância dessa troca de informações do paraibano, mergulhador, que realiza trabalhos em Fernando de Noronha e vem capturando esse peixe com frequência. 

“Quase todas as poitas de barcos em Fernando de Noronha encontro esse peixe, a sensação que tenho é que é quase impossível combater ele”.  

Carlos Thiago Marques de Morais (Thiago Magro)

Medidas preventivas na Paraíba:

Em 2022, como forma preventiva, esse tema foi tratado na II Semana Oceânica PB (@semanaoceanicapb), numa mesa redonda com a Profa Ana Lucia (UEPB) e o Prof. Alexandre Marceniuk (UFPB). Já se cogitava a chegada do peixe-leão. Neste dia, estiveram presentes: secretaria municipal de turismo de João Pessoa (Sec. Ferdinando Lucena), secretaria de meio ambiente, aquicultura e pesca (SEMAPA) de Cabedelo, Capitania dos Portos da Paraíba, Coordenadoria de Estudos Ambientais da Sudema, instituições de ensino e pesquisa (IFPB, UEPB e UFPB) públicas e privada (UNIPÊ), organizações não governamentais, entre outros.

No ano de 2023, foram realizadas 03 capacitações, ministradas por Gislaine Lima, coordenadora de projetos da ONG Projeto Conservação Recifal (PCR), através da parceria do Instituto Parahyba de Sustentabilidade (IPAS), nas colônias de pesca e para os segmentos envolvidos, contando com a presença de instituições governamentais das diferentes esferas, contemplando municípios do litoral sul, centro e norte do Estado.

Ainda neste ano, de 7 a 11 de junho, esse tema será abordado na III SOPB, nos municípios de João Pessoa, Conde, Lucena e Cabedelo.

Ainda não foi determinado como o peixe-leão afetará as populações de peixes nativos e as indústrias de pesca comercial e o turismo. O que se sabe é que as espécies não nativas podem afetar drasticamente os ecossistemas nativos e as economias pesqueiras locais. 

Nesse sentido, esforços em conjunto já foram iniciados, como a capacitação em comunidades de pescadores e instituições ambientais que atuam na área costeira, além de mergulhadores. Mas torna-se necessário que o Estado estabeleça uma força tarefa em prol dessa ação emergencial. Isto porque os animais estão se aproximando da costa e estão tomando espaços das espécies locais, sendo algumas destas listadas como ameaçadas de extinção.